domingo, 13 de setembro de 2009

Três grandes sedutores da história


Casanova
Ao contrário dos outros grandes sedutores de mulheres, Giacomo Casanova não é um personagem de ficção. Ele realmente existiu. Nasceu em Veneza, e dizem que era muito bonito e inteligente.
Contrariamente aos verdadeiros sedutores, que preferem seduzir as mulheres do que estar com elas, Casanova não sentia prazer nas estratégias de sedução, ele vive o momento e é totalmente dominado por suas paixões.
Casanova é um ser de superficial, mas ele não estraga as mulheres, ele não é demoníaco como Dom Juan, ele permanece na superfície. É o corpo delas que ele quer, e não a alma.
Então como Casanova seduz? De uma maneira muito simples: ele se dá sem reservas, as mulheres sentem nele a febre animal.
Ele cumpre sempre as suas promessas; por isso, as mulheres que conquistou não se sentem lesadas nem feridas.Casanova só precisa ser o que é, ou seja, sincero na infidelidade de sua paixão.

Dom Juan
O Dom Juan de Molière, peça de teatro encenada em 1665.
É a beleza, antes de tudo, que atrai Dom Juan, mas ele não se envolve profundamente, não estabelece uma relação íntima com a mulher amada; ele se guarda, se poupa.
Por isso, contrariamente a Casanova, Dom Juan prefere a sedução às mulheres, fazê-las sucumbir a fazer amor com elas, o prazer maquiavélico ao prazer sensual: Sempre pronto para o combate, Dom Juan elabora diversas estratégias para vencer seus adversários.
Pois é, a técnica final, a arma secreta de sedução de Dom Juan é a promessa de casamento, promessa que é sempre quebrada, evidentemente.
As vítimas tomam consciência de que Dom Juan não estava realmente em relação com elas, que ele não jogava o mesmo jogo, que havia sempre uma distância entre elas e ele, que "sua boca não estava de acordo com o seu coração" (Molière, ato 5, cena 2, p. 100). Dom Juan não está em relação com ninguém. Ele transforma a mentira em sistema e não se compromete com a outra pessoa, mas compromete a outra pessoa com ele.


Xerazade
Ao descobrir que sua esposa o traía, o sultão Xariyar mandou cortar sua cabeça. Em seguida, ele ordenou que lhe trouxesse todas as noites uma moça virgem. Ele se casava com ela, a deflorava e, ao nascer do dia, mandava matá-la. Desse modo, ele estava certo de nunca mais ser traído.
Dizem que Xerazade era uma moça cheia de beleza, de encantos, de vida, de perfeição e que era saborosa. Além do mais, tudo indica que era culta, que ela "havia lido muitos livros, os anais e as lendas dos reis antigos, e a história dos povos passados. Em suma, ela tinha tudo para seduzir o sultão: beleza, eloqüência, cultura e fineza. Praticamente uma libriana.
Xerazade se mostrou capaz de controlar a vontade do sultão todo-poderoso. Ela imaginou uma estratégia de sedução para inverter a relação de forças e conseguir enganá-lo. Ela pediu à sua irmã mais nova, Doniazade, que viesse a seu quarto quando o amor com o sultão tivesse sido consumado. A menina devia então, com a permissão do sultão, pedir que ela contasse uma história., mas assim que os primeiros raios de sol despontaram no horizonte, Xerazade se calaria. O sultão então, curioso, decide não matar Xerazade naquela noite para saber a continuação da história.
E assim continuou, noite após noite, durante mil e uma noites.
No entanto, enquanto os dias passavam, o tempo foi fazendo o seu trabalho e a sedução foi atingindo sua "vítima". Após essas mil e uma noites passadas em companhia de Xerazade, o rei declarou que sentia a sua "alma profundamente mudada e alegre e cheia da felicidade de viver".
As mil e uma noites representam a exploração da sedução na relação com o tempo, ela alimenta o desejo do sultão de saber sempre mais e pode, assim, se integrar numa relação durável com ele. Ao contrário de Dom Juan, para Xerazade a vida está na duração e não na ruptura, na continuidade e não no instante.